terça-feira, 21 de abril de 2009

Lagoa da Conceição

Ao descer o morro da Lagoa, descortina-se um dos mais belos panoramas de Floripa. A estrada segue em seu movimento sinuoso, cortado por córregos cristalinos, até quase o fim da encosta, onde está a Lagoa da Conceição, uma das 3 mais antigas da Ilha.

No início da segunda metade do século XVII já existiam picadas e caminhos interligando a Lagoa à Santo Antônio, Ratones e Desterro. O local recebeu a primeira leva de imigrantes vindo do Arquipélago de Açores, entre 1748 e 1756, mas as primeiras levas de colonos vindos de outras regiões do estado já haviam ali se instalado lançando as primeiras lavouras e construções. A Freguesia da Lagoa foi fundada oficialmente em 19 de Junho de 1750, sendo a igreja construída a partir de 1751.

A comunidade se desenvolveu principalmente no sopé do morro e na região ao redor da igreja, formando uma comunidade que se manteve por muitos anos em semi-isolamento, evoluindo demograficamente de forma natural, em meios aos terrenos quadriculados pelas roças e engenhos de mandioca, milho, cana de açúcar, feijão, amendoim, alho, cebola e café, produtos que supriam as necessidades. A Lagoa foi sempre muito rica em peixe, destacando-se a anchova, a tainha, o cação, a corvina, o camarão e o siri.Havia também muitos engenhos. Alguns transformaram-se em unidades semi-industriais, indicando prosperidade para a antiga lagoa. Ainda hoje encontramos velhos engenhos, sobrados e casas térreas típicas da história da ocupação da lagoa, bens de valor histórico, arquitetônico e cultural.

Em 1847, devido à sua importância, a comunidade da Lagoa foi visitada por D. Pedro II, que fez doações para sua igreja, inclusive uma custódia de prata e posteriormente os sinos.

Como parte da tradição dos que moram na Lagoa, a cultura popular mantém-se rica e diversificada, com histórias de bruxas, feiticeira, lobisomem e boitatá, passadas de geração para geração, assim como a renda de bilro que ainda hoje é passada de mãe para filha e continua sendo uma tradição nos tempos atuais.

Muitas características estão preservadas, traços culturais que se manifestam na comunidade: o boi de mamão, a festa do divino, vestígios arqueológicos que mostram a presença antiga de grupos nômades que ocupavam os sambaquis e grupos guarani que produziam cerâmica. No fazer popular dessa comunidade, podemos encontrar curiosidades na culinária, na medicina, na agricultura, no artesanato e nas pessoas que fazem parte do cotidiano da lagoa.

Atualmente a lagoa se destaca como um importante centro turístico, cercada por águas calmas, dunas macias, clima favorável, uma bela paisagem, vários bares, restaurantes, cafés pessoas de todo o mundo, gastronomia típica, pousadas, hotéis, mini mercados, padarias, farmácias, clube, oficinas, colégios e banco.A Lagoa, hoje, é um bairro que tem vida própria e muitas outras qualidades que atraem gente de todos os lugares.

Mais info: www.lagoavirtual.com

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